Dom de línguas estranhas, como explicar?

                        


Já escutei que todos cristãos necessita receber um batismo especial do Espírito Santo. Este batismo especial consiste principalmente no ato de falar línguas estranhas.[1] Utilizam principalmente o texto de Atos 2:4 e 1 Coríntios 14.

“E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.” Atos 2:4.

Então como podemos explicar este verso?

Na verdade uma doutrina não pode se basear em apenas alguns textos fora do contexto, sem saber o contexto histórico da época, e sem saber o verdadeiro significado do verso escrito.

Vamos analisar todo o relato:

V.4. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.
V.5 Habitavam então em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações que há debaixo do céu.
V.6 Ouvindo-se, pois, aquele ruído, ajuntou-se a multidão; e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
 V.7 E todos pasmavam e se admiravam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses que estão falando?
V.8 Como é, pois, que os ouvimos falar cada um na própria língua em que nascemos?
V.9 Nós, partos, medos, e elamitas; e os que habitamos a Mesopotâmia, a Judéia e a Capadócia, o Ponto e a Ásia,
V.10 a Frígia e a Panfília, o Egito e as partes da Líbia próximas a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos,
V.11cretenses e árabes ouvímo-los em nossas línguas, falar das grandezas de Deus. Atos 2:4-11.

Analisando este relato por completo, acredito que está bastante claro, para definir qual é o verdadeiro Dom de línguas.

Percebemos que naquela ocasião estavam presentes pessoas de diversas nações (V. 9,10 e 11). E como relata nos versos 6 e 8 aquelas pessoas definem o que estão escutando de verdade: Como é, pois, que os ouvimos falar cada um na própria língua em que nascemos?(8).

Vamos analisar o idioma grego para definir este assunto:
A palavra grega para linguagem é “glosa” que significa língua, idioma, língua de nações. [2]

O que não podemos compreender como estas pessoas pode dizer que têm o dom de língua concedido pelo Espírito Santo se não tem um propósito evangelístico, pois não tem uma compreensão.

Ao contrário do fato ocorrido em Atos 2, o dom de línguas (idiomas de outras nações) concedido aos discípulos teve um papel fundamental na evangelização daquele povo, pois eles escutaram as boas novas da salvação no seu próprio idioma.

Outro texto utilizado para defender o dom de línguas estranhas é o  de 1 Coríntios 14, mas ao analisar este texto com cuidado percebemos que o próprio texto contrária as atitudes destes movimentos. Vamos destacar somente o versículo 19, 27,28 e 33.

V.19, “Todavia, eu quero falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua.”

       No versículo 19, Paulo coloca a importância da compreensão da mensagem, diferente do que passa atualmente nas igrejas que dizem ter o Dom de línguas.

O versículo 27 e 28 complementa o v.19, em relação à compreensão a todos.

V.27, “Se alguém falar em língua faça isso por dois, ou quanto muito três, e por sua vez, e haja intérprete.”
V.28, “Mas se não houver intérprete, esteja calada a igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.”

Podemos perceber a diferença do que diz a Palavra de Deus e o que acontece nas igrejas pentecostais. No versículo 28, “esteja calada a igreja”, mas o que vemos hoje é uma terrível gritaria, algo que deve ser tirado de nossas vidas (Ef 4:31).

V. 33 finaliza esta questão: “Pois Deus não é um Deus de confusão, senão de Paz...”.

Pense: Se Jesus foi batizado nas águas e recebeu o Espírito Santo, então porque não falou em línguas estranhas? Percebemos que não existe nenhuma menção da parte de Jesus sobre em falar em línguas estranhas.

 Por Wesley Lira




[1] Erico Tadeu Xavier. Don de lenguas: Un manual de estudios sobre el Espíritu Santo y su obra (Cochabamba, Bolivia: SEIT , 2012), 67.
[2]James Strong, Nueva Concordancia Strong Exhaustiva: Diccionario (Nashville, TN: Caribe, 2002), 18.

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