Análises teológicas da crença do Inferno

                                            

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Em 1989 em uma perfuração em busca de petróleo, uma equipe de Geólogos teria gravado “os gritos de tormentos do inferno”. O caso teria acontecido na Sibéria, e em pouco tempo se espalhou pelo mundo. O Trinity Broadcasting Network, jornal americano, publicou a notícia: “Scientists discover the hell” (Cientistas descobrem o inferno). A matéria relatava o fato que os cientistas haviam encontrado as portas do inferno. Um dos cientistas o Dr. Dmitri Azzacov declarou: 

“Como um comunista eu não acredito em céu ou na Bíblia, mas como um cientista eu acredito agora no inferno. Desnecessário dizer que ficamos chocados ao fazer tal descoberta. Mas nós sabemos o que nós vimos e nós sabemos o que nós ouvimos. Estamos absolutamente convencidos que nós perfuramos os portões do inferno! A perfuratriz, de repente, começou a girar velozmente indicando que tínhamos chegado a um grande bolsão vazio ou uma caverna. O equipamento térmico mostrou um aumento dramático da temperatura para 2,000 graus Fahrenheit. Nós abaixamos um microfone, projetado para descobrir os sons de movimentos tectônicos abaixo da galeria. Mas em vez de movimentos de placas nós ouvimos uma voz humana, gritando de dor. No princípio pensamos que o som estava vindo do nosso próprio equipamento. Mas quando nós fizemos ajustes nos equipamentos, nossas piores suspeitas foram confirmadas. Os gritos não eram de um único humano, eles eram gritos de milhões de humanos!”

“O terceiro compartimento é um campo de areia ardente, devastado por grandes chamas de fogo. Aí estão os violentos contra Deus, contra a natureza e contra a arte.”
Dante Alighieri.

Hoje a humanidade é movida pela emoção e o medo causado por várias crenças sem fundamentos, uma delas é o tormento eterno do pecador no inferno. O caso da Sibéria é uma fraude que aterrorizou a milhões no mundo inteiro, propagado pela intensa divulgação da imprensa mundial. Uma grande parte da sociedade contemporânea acredita em um lugar debaixo da terra onde pessoas são afligidas.

A Bíblia dá a entender que existe este lugar tenebroso através dos seguintes textos:

 “Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo será réu do fogo do inferno.” Mateus 5:22.

“E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno.” Mateus 5:30. Palavra Inferno – Grego: “Geena”

“E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.” Mateus 10.28. Palavra Inferno – Grego: “Geena”

“No inferno, estando em tormentos, ergueu os olhos e viu ao longe a Abraão e Lazaro em seu seio.” Lucas 16:23. Palavra Inferno – Grego: “Hades”

“Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo. 2 Pedro 2:4. Palavra Inferno – Grego: “Tártaros”

Para explicar esta problemática declaramos a má tradução das palavras: “Geena”, “Hades”, “Sheol” e “Trataros”. Seguramente isso ocorreu pela influência do tradutor que seguia a crença popular em relação ao inferno. Mas podemos agora analisar as principais palavras e concluir que elas não nos direciona ao chamado lugar de tormento, fogo eterno.

“Geena” é uma tradução helênica do hebraico “Vale de Hinom”, um local ao sul. Um lugar onde se queimava lixo e desperdícios a qual se queimava constantemente. (Mt 5:22, 29; 10:28; 23:15, 33; Mr 9:43; Lc 12:5; Tg 3:6). [1] Este local não tem nada a ver com almas no tormento eterno e sim um lugar onde eram feitos sacrifício humano, corpos físicos eram consumidos no “Geena”. Neste vale os ímpios abrasavam os próprios filhos (2 Cr 28:3).

Por estas circunstâncias, este vale se tornou emblema de abominação e pavor. O vale de Hinom era um crematório da cidade de Jerusalém.
                                                                                        
“Hades” (grego) e “Sheol” (hebraico) significam “sepultura, lugar dos mortos, morada dos mortos”. Apenas um buraco físico onde eram depositados os corpos de falecidos. Estes termos não tem nenhuma relação com a crença popular de um inferno de fogo com ímpios sendo assados. Em Jó 17:16 declarar que os falecidos ficam no pó e em Isaias 14:9-11 se alega que o inferno “Sheol” é um recinto onde os bichos comem os restos mortais.

“Tártaros” (lugar de trevas), somente em 2 Pedro 2:4. O texto já esclarece o problema, os anjos que perderam a oportunidade de está na presença iluminada de Deus e foram lançados na escuridão, não em um local onde arde um fogo eterno. Somente no Juízo final eles serão lançados no fogo eterno como diz Apocalipse 20:10.

A sentença final dos ímpios não será a vida eterna no inferno, pois lemos: O “salário do pecado é a morte” e não vida eterna no inferno. Quando Jesus sofreu nosso castigo, Ele sofreu a morte, e não as chamas eternas. [2]

Agora entramos em outra questão, o “fogo eterno” como podemos explicar os seguintes textos?

“Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai- vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos;” Mateus 25:41.

“e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos.” Apocalipse 20:10.

 “E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrar na vida aleijado, do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga.” Marcos 9: 43,46.

Fogo eterno

As expressões fogo eterno, para sempre e pelos séculos dos séculos, infelizmente são mal interpretados. Na Bíblia tem uma conotação diferente, significa apenas o fogo consumidor a uma matéria até que exista. Por exemplo, em Êxodo 21:6: “e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.” É claro que o escravo não está servindo até os nossos dias! Ele serviria ao seu amo somente o período que estivesse vivo, isso que quer dizer “o servirá para sempre.”

Este outro exemplo: “Assim como Sodoma e Gomorra... sofrendo a pena do fogo eterno.” Judas 7. É óbvio que as perversas cidades de Sodoma e Gomorra não estão queimando até agora, ela foi destruída assim como diz o apóstolo Pedro: “E, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à ruína completa.” 2 Pedro 2:6.

No Novo Testamento, as palavras: “eterno” e “para sempre”, vêm de uma palavra grega, que traduzida, significa “durante uma vida completa” ou “enquanto dura a vida”. Portanto, o diabo, seus anjos e os ímpios, serão atormentados apenas enquanto viverem.[3]

Agora em relação o texto de Marcos, “fogo que nunca se apagava”, está se referindo ao “Vale de Hinom” ou “Geena” (Jr. 7:31), que como já vimos é também traduzido com inferno. Jesus se expressou desta maneira para evidenciar a intensa atividade de incineração deste vale, que era o crematório e depósito de lixo da cidade.

Acredito que temos dados suficientes para não acreditar no inferno, e que o fogo eterno é uma doutrina maligna, que direciona a um Deus cruel que maltrata pessoas pela eternidade. Como seria a eternidade para os salvos sabendo que um parente ou um conhecido está queimando por toda a eternidade?



Por Wesley Lira



[1] James Swanson, Diccionario De Idiomas Bı́blicos : Griego - Nuevo Testamento   ( Edición electrónica. Bellingham, WA : Logos Research Systems, Inc., 1997), S. GGK1147.
[2] Sônia R. Santos ,Meibel Mello Guedes , Sirlei F. Soares, Viva feliz com qualidade ( União Sul Brasileira, Curitiba, Paraná, 2003), 188.

[3] Idem, 190.



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